Assim, surgem cada vez mais aulas designadas "low cost", o aluno paga menos e a instituição também paga menos ao professor. Mas afinal quanto deve receber um professor de dança?
Para este estudo consideramos professor de dança aquele que adquire formação técnica e pedagógica para o ser e que exerce a sua profissão de forma legal, consciente e evolutiva.
Para este estudo consideramos professor de dança aquele que adquire formação técnica e pedagógica para o ser e que exerce a sua profissão de forma legal, consciente e evolutiva.
Antes de mais devemos entender que os professores de dança estão, normalmente, enquadrados num regime de prestação de serviços, vulgarmente designado por "recibos-verdes", o que implica que do valor recebido deve proceder ao pagamento de IRS, IVA e Segurança Social. O professor de dança tem também a obrigatoriedade de ser titular de um seguro de acidentes de trabalho. Todos estes custos da atividade são da responsabilidade do professor e não das entidades para as quais este dá aulas.
Além dos custos referidos, existem ainda as despesas com deslocações, material de trabalho e de espetáculo e formação. Numa área dinâmica como a dança professor de dança deve manter-se atualizado, através de um processo de formação contínuo, o qual poderá ser bastante caro dependendo da modalidade. Também o valor em material de trabalho e espetáculo varia consoante a modalidade, mas não deve ser esquecido.
Numa sondagem recente levada a cabo pelo In Dancing Shoes, a maioria dos inquiridos, 57%, que o valor justo que um professor de dança deve receber encontra-se entre os 16 e os 25€ por hora, 28% situou este valor hora entre os 26 e os 35€, 12% entre os 11 e os 15€ e apenas 3% entre os 36 e os 50€.
O valor a calcular por aula deve também ser pensado conforme o contexto em que a mesma é desenvolvida. Se o professor chega ao local, dá a aula e termina o seu trabalho, o valor por essa aula deve ser calculado considerando o tempo do professor na sua preparação e na sua execução, pois não existe um trabalho após o final da aula. Se o professor dá as suas aulas com a finalidade de avaliar o aluno, deve considerar no valor da aula o tempo despendido na preparação da aula, na sua execução e na avaliação. O mesmo se aplica quando existem espetáculos ou competições, em que todo o trabalho "fora da aula" deve ser considerado para o valor que o professor deve receber pela aula.
Diogo, professor que trabalha maioritariamente com grupos de dança, referiu isso mesmo "uma aula de 1 hora pode equivaler a muitas horas de trabalho, horas a coreografar, horas a pensar em conceitos, horas a criar cenários, a criar histórias...enfim, o trabalho de um professor de dança vai muito além daquela hora em que está a dar a aula."
Ana, professora de dança para crianças, chama a atenção para "as horas que passo à procura de roupas para todos, que esteja de acordo com o conceito criado para o espetáculo e com existências para todos, independentemente da idade ou tamanho."
Já Joana, que trabalha essencialmente com competição lembra de todo o processo que envolve a competição "a pesquisa, as inscrições, as viagens...estar constantemente em competição implica muito mais do que criar e treinar, pois envolve um grande processo administrativo."
Em alguns casos, existe a possibilidade de uma distribuição justa, o chamado pagamento 50/50. A instituição fica com metade do valor das mensalidades pagas pelo aluno e o professor com outra metade. A instituição tem uma série de encargos aos quais responde com a sua parte, como impostos e custos com instalações, e o professor utiliza a sua parte para fazer face às suas despesas de atividade.
Nos restantes casos, as instituições que promovem aulas de dança têm de ter em consideração todos os pontos atrás referidos quando contratam um professor e determinar o tipo de trabalho que pretendem e o tipo de profissional que pretendem.
E como podem os professores de dança sobreviver às aulas "low cost"? Os profissionais devem também decidir o que pretendem, o que estão dispostos a dar e de quanto precisam para o fazer. À semelhança de outras profissões, penso que deveria existir uma tabela de referência de valores para os profissionais de dança, de forma a criar uma união entre estes e estabilizar o mercado.
Não esquecendo que o amor à profissão não significa que o professor de dança tenha de pagar para trabalhar, como alguém referiu recentemente "se pagas amendoins, provavelmente estás a contratar macacos".
Texto de Rita Bastos | eDANCE
Diogo, professor que trabalha maioritariamente com grupos de dança, referiu isso mesmo "uma aula de 1 hora pode equivaler a muitas horas de trabalho, horas a coreografar, horas a pensar em conceitos, horas a criar cenários, a criar histórias...enfim, o trabalho de um professor de dança vai muito além daquela hora em que está a dar a aula."
Ana, professora de dança para crianças, chama a atenção para "as horas que passo à procura de roupas para todos, que esteja de acordo com o conceito criado para o espetáculo e com existências para todos, independentemente da idade ou tamanho."
Já Joana, que trabalha essencialmente com competição lembra de todo o processo que envolve a competição "a pesquisa, as inscrições, as viagens...estar constantemente em competição implica muito mais do que criar e treinar, pois envolve um grande processo administrativo."
Em alguns casos, existe a possibilidade de uma distribuição justa, o chamado pagamento 50/50. A instituição fica com metade do valor das mensalidades pagas pelo aluno e o professor com outra metade. A instituição tem uma série de encargos aos quais responde com a sua parte, como impostos e custos com instalações, e o professor utiliza a sua parte para fazer face às suas despesas de atividade.
Nos restantes casos, as instituições que promovem aulas de dança têm de ter em consideração todos os pontos atrás referidos quando contratam um professor e determinar o tipo de trabalho que pretendem e o tipo de profissional que pretendem.
E como podem os professores de dança sobreviver às aulas "low cost"? Os profissionais devem também decidir o que pretendem, o que estão dispostos a dar e de quanto precisam para o fazer. À semelhança de outras profissões, penso que deveria existir uma tabela de referência de valores para os profissionais de dança, de forma a criar uma união entre estes e estabilizar o mercado.
Não esquecendo que o amor à profissão não significa que o professor de dança tenha de pagar para trabalhar, como alguém referiu recentemente "se pagas amendoins, provavelmente estás a contratar macacos".
Texto de Rita Bastos | eDANCE
bom artigo... parabéns.
ResponderEliminarBoa , obrigada Rita Bastos por este teu trabalho !!! é essencial esclarecer todos estes assuntos... Obrigada
ResponderEliminarExcelente artigo, PARABÉNS.... É essencial mostrar o valor dos profissionais da dança que infelizmente em Portugal muitas vezes não são levados a sério. Obrigado Rita ;)
ResponderEliminarFantástico... "on the point"
ResponderEliminarEstão num óptimo caminho para todos nós professores e pessoas!
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